Xhapeland assume produção exclusiva da Boardculture

10-03-2016

 

Dando continuidade a uma parceria que se iniciou no ano passado, a Boardculture (BC) vai reforçar a produção exclusiva das suas pranchas na fábrica da Xhapeland em 2016. A marca da Ericeira continuará a contratar os serviços de corte, fibragem e laminação da Xhapeland, esperando intensificar o número de pranchas produzidas face ao ano passado. Falámos com Renato Afonso, diretor de produção da BC, que nos explicou as razões do reforço desta parceria.

O que levou a BC a procurar a Xhapeland para a produção das suas pranchas?

Renato Afonso: Foi tudo um feliz incidente. O Pedro Gramanha, shaper com quem começámos a trabalhar em meados de 2014, soube da máquina de corte AKU que a Xhapeland tinha recentemente adquirido, quis experimentar os cortes nela e apercebeu-se de que a qualidade era muito superior à apresentada por outras máquinas tipo CNC. Foi uma progressão, uma evolução natural. Nós tínhamos quem nos produzisse as pranchas mas na Xhapeland a tecnologia era mais avançada, e não fazia sentido estar a cortar as pranchas na Xhapeland e não aproveitar todas as benesses de poder apresentar um produto final com melhor acabamento geral e mais qualidade. Por outro lado, nós conhecíamos grande parte da equipa, especialmente o trabalho do Paulo do Bairro e do Nuno Lacerda; se não tiveres um bom laminador e um bom lixador, mesmo que o shape seja bom e os copos estejam bem postos, não vai funcionar. Uma fábrica de pranchas é uma família, tudo tem de estar muito coeso e as coisas têm de andar sempre sobre carris, porque se um falha o trabalho, o dos outros não fica visível, não fica bonito. E a Xhapeland tem vindo a caminhar a passos largos nesse sentido.

Sendo a vossa base na Ericeira, em que medida é compensatório contratarem serviços numa fábrica de Cascais?

RA: Acaba por ser compensatório pela qualidade. Nós somos muito exigentes com isso. Se forem à fábrica da Xhapeland perguntar quem são os tipos mais picuinhas, toda a gente vai falar no Renato e no Gramanha (risos). Os pormenores são muito importantes nas pranchas. Muita gente diz “é só uma prancha de surf, é só para apanhar umas ondas e divertires-te”. Eu sei disso e vocês sabem disso, mas eu não sou o cliente final, e por vezes este é muito exigente com os pormenores. Se queres que uma prancha tenha um determinado valor no rack da loja, como não tens o peso de uma grande marca internacional, tens de atender não só ao shape mas também aos pormenores. E a nossa relação com a Xhapeland tem-se vindo a desenvolver por aí. A qualidade está cada vez melhor e cada vez demoro menos tempo dentro da fábrica, porque eles já sabem como é que a BC quer as coisas. Dessa perspetiva, compensa-nos ir e vir da Ericeira para fazer as pranchas na Xhapeland.

Qual é o vosso grau de satisfação com a Xhapeland?

RA: É alto. No fim do dia é altamente positivo porque os nossos padrões estão cada vez mais elevados. O Ricardo Mendes [coordenador de produção da Xhapeland] é a pessoa que mais tempo passa comigo e se fossemos contabilizar as horas que passamos juntos mais valia estarmos casados (risos), mas deste “casamento” resulta uma qualidade de excelência nas pranchas obtidas. É um caminho que estamos a fazer em conjunto e que é produtivo para ambas as partes. Não sendo este o nosso core business, a BC pode dar-se ao luxo de definir uma estratégia de mercado assente essencialmente na excelência e qualidade do produto final. Este é um caminho que queremos fazer lentamente e com firmeza.

Quais são as vossas perspetivas de produção para 2016?

RA: No ano passado a produção correu muito bem e vai correr ainda melhor este ano. As expetativas são altas; o objetivo é tirar o máximo partido de toda esta evolução qualitativa e duplicar a nossa produção aqui na Xhapeland. Em jeito de conclusão, e na minha opinião, a Xhapeland vai crescer de uma maneira que aquele espaço não vai ser suficiente, vai ser preciso expandir. Toda a gente ali é boa naquilo que faz, vai ser uma evolução natural.

 
 
 
X